terça-feira, 2 de julho de 2013

Enquanto isso no Brasil

Um intercâmbio traz uma verdadeira descarga de sentimentos.  Um pacote de medo ansiedade, empolgação, alegria, insegurança, tudo em um pacote atordoante de descargas elétricas que não se acomodam no cérebro. No meio disso tudo, a gente tem que grudar os pés no chão e pensar em todos os aspectos práticos do processo: dinheiro, papelada, mala e os malditos adeuses que todo mundo insiste em querer dar.
Aqui no Brasil as coisas tão uma loucura. Enquanto o Gabriel procura apartamento e emprego, e vive as primeiras experiências como um estudante na Irlanda, eu e o Zarnott aguardamos ansiosamente o dia 19 de julho.
Nas primeiras semanas eu chorei. Eu até hoje não sei direito da onde saiu tanta lágrima e como eu não acabei desidratada. Não existia um motivo específico, eram lágrimas de sentimento que eu optei por não engolir. Em exatos dois meses eu decidi que eu não ia me formar no fim do ano, que o jornalismo ia ser terminado na volta e que eu ia partir pra uma aventura em um país onde eu nunca estive, falando um idioma que eu mais ou menos me viro. Tudo isso mexe com o emocional. Ô.
Depois minha atenção foi voltada pra ida do Gabriel. Correria, despedidas, e, mais chororô.
Agora eu parei de chorar. Parei de trabalhar e estou de férias, sobrou tempo pra pensar na vida. Sobrou tempo pra aproveitar os últimos dias com os amigos, com a família e embarcar na minha primeira grande aventura. Todos os dias acordo e me deparo com a mala que já ta há alguns dias parada no chão do meu quarto aguardando minhas tralhas. Todos os dias eu penso como eu vou enfiar um ano dentro do que eu carinhosamente apelidei de “mochila de rodinha”. Todos os dias eu imagino a minha triste despedida da minha mãe no aeroporto, a minha ansiedade embarcando no avião, as minhas risadas durante o vôo acompanhada no Zarnott e a minha felicidade ao encontrar o Gabriel no aeroporto, e sabe, eu tenho certeza de que todos esses pensamentos vão acontecer de maneira diferente do que eu imagino, mas provavelmente mais felizes.
Eu tô com medo, lógico. Mas tô cheia de coragem pra enfrentar tudo o que vem pela frente.  Cheia de coragem de descobrir como eu viro em cada situação, como é estar longe de casa, como é viver outra cultura e como é me virar em outro idioma.
Boa sorte pra nós, que esses 16 dias passem bem rapidinho!
Post: Marina Barros

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