segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

EMPREGOS

Buenas, como já estamos todos devidamente empregados, ou melhor, sub-empregados, resolvi fazer o post falando sobre o trabalho na Irlanda, essa rica ilha cinza e maldita de frio do capeta.
Vale ressaltar que eu já estive empregado antes, trabalhei um mês como rick shaw, aquele táxi bicicletiano de bêbados na madrugada de Dublin. Por isso vou começar com o primeiro empregado, o Zarnott.

Zarnott, o rick shaw
Bom, a vida de festas e curtição tem que dar lugar ao trabalho duro uma hora né meu amigo? Dinheiro não é infinito como muitos pensam. E ai, aquela ideia repugnante no inicio quando eu fiz o mesmo trabalho, já nem parece mais tão ruim hahaha. Vou dar a minha visão: Péssimo! Ficar pedalando aquele trambolho pesado a madrugada inteira simplesmente não me serve. Gente bêbada te xingando, irlandesas oferecendo tudo que tu podes imaginar por uma carona, apertando teus glúteos enquanto tu pedalas (essa parte não é tão ruim). DESCULPA Marina, aconteceu uma vez, não foi culpa minha, e as meninas que me ofereceram uma amostra grátis de suas peitcholas foram recusadas, então, estou com créditos. Enfim, o pior é que tem dias que tu quase não faz dinheiro, além disso tem que fazer a caminhada da vergonha, após horas e horas de trabalho árduo voltando a pé da garagem até a sua casa, só pra ficar sofrendo o resto do dia porque tem que ir de novo a noite. Detalhe: O aluguel da bike varia de 80 a 100 euros, então os primeiros dois dias, tu trabalha só pra pagar o aluguel, e isso nunca, eu repito: NUNCA sai da tua cabeça durante o trabalho. Mas acho que o amigo Zarnott ta mais positivo que eu quanto ao trabalho, pois segundo ele: ‘’eu nasci pra noite’’, não vou EU discutir com toda essa convicção né. Mas apesar de tudo, da pra dar umas risadas, e com certeza é um trabalho que disponibiliza muita história pra contar. Ah, nesse trabalho tem gente que te da 5 euros e gente chega a dar mais de 20, depende do estado de embriaguez, então por dia se tira entre 30 e  sei lá, 150 com muita sorte, não da pra ter margem, mas acho que uma média de 50 a 70 por dia é razoável. Vale lembrar que o aluguel que mencionei a cima é semanal, então façam as contas ai J



Marina e os chineses vendedores
A Marina é quem mais se deu nessa história, ela trabalha há mais tempo e tem que ficar na loja quentinha com cheirinho a Hugo Boss. A loja dela é toda branca, cheia de enfeites requintados para casa. O trabalho dela é simples, falar e ser simpática, então já da pra ver que ela não enfrenta muitos problemas.  A não ser é claro, quando em meio as vendas os chineses resolvem lutar kung fu,  depois gritar e chorar, e espantar todos os clientes da loja. Falando em clientes, aturar os odores europeus, gente quebrando coisas, nenês insanos e ladrões não deve ser mole também. Ela é a única que recebe por hora de trabalho (9 euros por hora), e a única que pode contar com o dinheiro garantido, isso é uma boa vantagem, apesar de ela só trabalhar 3 dias na semana (15 horas por semana). Ainda assim, ela aproveita para fazer uma graninha extra em épocas específicas como Natal e Dia dos namorados, que aqui é 14 de fevereiro   só pra eu gastar em euro no presente ¬¬.

Gabriel, O herói.
SIM-EU-SOU-UM-HERÓI. Tu não leu errado. Eu já fui Rick Shaw, ou seja, ajudei bêbados e bêbadas e não ficarem perdidos e, é...  bêbados, pelas ‘’perigosas’’ ruas de Dublin. Depois disso, passei por um período totalmente deprimente de não fazer NADA, o que realmente me deprimiu, causou crises de ansiedade e outras coisas. Enfim, resolvi mudar o panorama. Fui atrás de trabalho voluntário. Consegui dois, Em uma loja de caridade para crianças com síndrome de down, que era 3 vezes por semana das 9:00 as 13:00 onde eu arrumava o estoque, colocava preço nas roupas e produtos (vende de tudo lá) , limpava e tomava chá com as vovozinhas colegas de trabalho. O segundo, ainda esta em fase de conclusão, porque estou na espera de um documento da Garda (policia daqui) dizendo basicamente que eu tenho a ficha limpa. A partir dai, aos finais de semana vou treinar uma equipe de futebol  infantil composto por crianças com. E agora, essa semana, noticia fresquinha, consegui um emprego full-time!!! SIM, UM EMPREGO, EU NÃO VOU MAIS SER (TÃO) POBRE!! E olha que eu quase perdi! Estava escrito no email que recebi da empresa quando eles me chamaram para a entrevista: “CALL INTO our office at 18:30’’, eu com meu inglês avançado me achando, li o ‘’call’’ e já me planejei para LIGAR para o escritório as 18:30. Bom, eram 18:00 e eu falei pra Marina que aquilo estava meio estranho, resolvemos conferir. E o amigo google nos disse que CALL INTO, em termos profissionais sempre quer dizer estar presente de maneira física. Resumo, eu nunca fiz uma barba tão rápido, pulei num táxi na frente de casa e no final deu tudo certo. Fui empregado por uma INSTITUIÇÃO DE CARIDADE QUE AJUDA A RESGATAR E CUIDAR DE ANIMAIS ABANDONADOS!!!! E AGORA EU PERGUNTO!!! CADE A MINHA MEDALHA DE CIDADÃO DE HONRA????? É o mínimo né???
Enfim, o trabalho em si é simples.  Fico em frente a um super, shopping ou qualquer lugar que as pessoas saiam com trocados. Uniformizado, seguro uma bandeja contendo pirulitos, adesivo,  um cofre e peço ajuda das pessoas. Qualquer quantia eu ofereço um pirulito, acima de dois euros um adesivo. O pagamento é de 30 euros se eu conseguir menos de 100 euros, se eu conseguir mais recebo 30% do valor arrecadado, ou seja, vou receber no mínimo 150 euros por semana garantido já que trabalho de terça a sábado. Bom, até agora já trabalhei um dia, fui totalmente despreparado, sem roupas, dinheiro ou comida, foi muito louco. Fui levado para uma cidadezinha de carro por um casal de russos estranhos. Depois, me deixaram em um lugar que era proibido, fui corrido. Ai o único outro lugar decente da cidade estava ocupado por uma espanhola de outra empresa, ai rolou meio que uma disputa territorial. 
Escondido da chuva em um Pub em Malahide a procura de um local para pedi doações.

Liguei pra chefe que me mandou ir a outra cidadelinha próxima, depois de ficar meia hora na parada errada tomando chuva de pedras na cabeça, consegui perceber que estava no lugar errado e peguei o ônibus. Cheguei em Swords, a cidadelinha, e fui ao shopping, lá fui corrido outra vez, droga. Então fui perguntando na rua onde havia um super, e o único do local era na estrada, então segui caminhando por uns 15 minutos na chuva até encontrar o lugar. 
Me protegendo das pedras de gelo em baixo das árvores a procura do super

Lá me posicionei nos carrinhos, porque para libera-los da fila é necessário uma moeda de 1 ou 2 euros. Quando devolvidos os carrinhos, a moeda volta ao dono. E é AI que eu me dei bem. As pessoas ficavam sem jeito por estarem com uma moeda na mão e não doarem. Claro que sempre tem os que fingem que tu não existe ou os que dizem ’’eu faço doações toda hora”. Isso é para não sentirem culpados. Um caso muito legal foi o de uma francesa que viu que eu estava congelando e ficou papeando comigo, disse que já tinha morado em São Paulo e tudo mais, perguntou se eu já tinha bebido algo quente aquele dia, eu disse que não e ela foi embora. Passados alguns minutos, ela aparece de novo com uma térmica cheia de café com leite e uma sacola com bananas e barras de cereal. Algumas pessoas são simplesmente FODA. Fora isso, fui interrogado sobre os  centros que ajudamos porque agora saiu na mídia noticias de empresas que roubam todo o dinheiro e enfim, conheci gente muito legal, recebi dinheiro de gente que não esperava, e digo mais: As pessoas mais BABACAS, grossas e idiotas eram as mais bem arrumadas e nos melhores carros. Posso dizer isso porque posso não doar sempre que me pedem, mas sempre tento ser gentil com todos, e da pra ver quando se esta nessa posição que ainda tem muita gente babaca no mundo, mas as pessoas fazem tudo valer a pena. Depois disso, ainda tem uma longa volta ao escritório, contei todas as moedas, e fui pago, e ai sim fui para casa satisfeito.

Isso acontecia quando eu ficava muito tempo no mesmo ''guarda-carrinhos''

E isso logo após eu me mudar para outro porta-carrinhos
Bom, agora serão dois meses de ralação e depois vamos viajar muito para finalmente voltar. Demorou 7 meses, mas engrenou, agora não pode parar! Vai dar tudo certo!






NOTA: Como esse post é sobre força de vontade e muita luta, quero deixar em nota meu apoio ao grande amigo Paulinho, uma das pessoas mais maravilhosas que tive a oportunidade de conhecer e que se encontra em estado grave na UTI. Rezei apenas uma vez nesta viagem, e foi por ti! FORÇA!! E em breve vais sair desta porque tu é forte e vais estar lendo essa pequena homenagem!! 

domingo, 5 de janeiro de 2014

TOP 10 TOTAL FECKING FAILS !!

10 - LADO ERRADO DO TAXI


Basicamente, os carros e o trânsito são ao contrário aqui, como geralmente sou o mais alto da trupi, nas primeiras sei lá quantas vezes que tivemos que pegar um transfer eu sempre me pegava entrando no lugar do motorista com a maior seriedade, e o mesmo ficava me olhando com uma cara de tacho. Pequenas vergonhas da vida, normal. Outra coisa que acontece muito no inicio é olhar pro lado errado, já quase fui atropelado uma ou outra vez mas sempre tem alguém que te alerta ou vice-versa.


9 - MOEDAS NO PIZZA HUT

Quando uma namorada pode querer se esconder no banheiro na hora de pagar a conta? Quando tu vais pagá-la com uma sacolinha do pois-pois vinda do Brasil cheia de medas de 5,10 e 20 cents. E foi exatamente isso que eu fiz. Comi por meia hora contei moedas por uns 25 minutos e na hora de pagar ela fingiu um aperto bexigal para escapar da vergonha. Mas não teve jeito, enchi a bandejinha do cara de moedas que nem se deu ao trabalho de contar. E a pobreza segue sem limites. A conta era de 20 euros.


8 - O PROFESSOR

Ah professor, AAAAAAAAAAAh... o pior professor que já tive na vida, substituiu o querido John por uma semana. Uma semana, INFERNAL. Na primeira vez que ele falou comigo, estava conversando em grupo o que era a tarefa, e ao mesmo tempo rabiscando listras no caderno, porque tenho essa mania, me ajuda a pensar.  E suas primeiras palavras foram “ISSO É AULA DE CONVERSAÇÃO, NÃO DE DESENHO, FECHA O CADERNO”. Ah, dai já deu né, perdi a vontade de fazer qualquer coisa, inclusive as atividades desnecessárias para alunos de inglês, que precisam do mesmo para o dia-a-dia e não para virarem doutores em literatura inglesa. Tratou a todos como crianças. Imagine, engenheiros, educadores físicos, enfermeiros sendo tratados como crianças em uma aula que deve descontrair e ajudar a passar pelos perrengues do intercâmbio. E ai comecei a agira como criança realmente, só para encher o saco mesmo, já que não podia tomar atitudes mais drásticas para não arriscar o visto. Dei graças a deus quando a semana acabou.  


7 - S.C. INTERNACIONAL

Não sei nem o que falar, saudades do Brasil me dava um desejo maior de ver meu time bem, mais do qualquer ano. Minha cabeça enxerga isso como uma forma de compensação por sei lá, estar aqui e sentir que algo deve me dar uma alegria extra. Mas não foi assim, que ano. Não se aproveitou nada, time lento, sem vontade, sem criação, sem nada. Mas tudo bem, torcer é bom por isso, se fosse bem sempre nunca valorizaríamos as conquistas. MAS NÃO PRECISAVA SER ASSIM NO PROVAVEL ÚNICO ANO QUE EU VOU MORAR COM UM GRÊMISTA DOS MAIS CHATOS NA MINHA VIDA, PUTA MERDA INTER!


6 - COMO ENTRAR NA EGALI HOUSE?

Talita e eu, que viemos no mesmo voo, pegamos o mesmo transfer e moramos juntos por 3 semanas, tivemos sérios problemas para conseguir entrar no nosso apartamento. Deveria ter alguém da Egali nos esperando, não havia. Aqui os prédios as vezes não tem números só nomes, o numero do nosso apartamento era 19, mas nós não sabíamos disso e procuramos um prédio de numero 19, quando nos demos conta que não haviam números nos prédios conseguimos deduzir pelos numero do interfone qual era a porta certa. Entramos, e quem é que disse que a porcaria do elevador subia? Ficamos lá com aquela porta abrindo e fechando e uma coisa robótica falando por horas, isso tudo atulhados de malas né. Enfim, saímos e subi pela escada, onde encontrei uma porta aberta e sem ninguém dentro no numero 19, nisso a Tal já estava do outro lado da rua ligando sabe deus como do orelhão pra alguém da egali e as malas vai saber por onde andavam. No meio disso tudo já havia uma menina na frente da porta e nos entravamos e saiamos sem malas nem nada e ninguém se reconheceu, alguém por algum motivo falou alguma coisa e ela finalmente nos levou para o apartamento que era o vazio mesmo pelo elevador, que tinha uma senha para cada andar. Que função. 



5 - QUEBRAR O DEDO

Quebrar, luxar ou sei lá o que aconteceu com o meu dedo foi simplesmente ridículo. Jogar basquete aqui já é um parto, porque tem que se pegar um ônibus enjoativo por mais de uma hora pra qualquer lugar onde ocorrem os jogos, mas tu vai porque tu ama aquilo, e é legal jogar em outro país e tudo mais. Então, numa despretensiosa roubada de bola, tu torce teu dedo que vira uma bola, e ai fica dependendo de gente desorganizada do seguro, que não te entendem ao telefone, que mandam um médico estranho as 5 am na tua casa, só pra dizer que tu precisa de um raio-x. COMO SE EU JÁ NÃO SOUBESSE!!! Então, o médico nem te olha, literalmente, porque ele fica em algum lugar que tu não vai, nem pra saber como é o rosto do individuo que esta te ‘’cuidando’’. Mas é isso ai, esporte é saúde.


4 - Tango... Passion¿

Bom, no inicio da minha estadia logo procurei a algum lugar para continuar uma paixão, o tango. Com alguma lábia consegui aulas gratuitas. Até ai tudo bem. Então, devido a falta de experiência das minhas partners eu comecei a achar que não estava evoluindo da maneira que eu esperava, as aulas não estavam rendendo. Eis que, um belo dia surge uma aluna nova e eu, como estava sobrando virei o par dela nas aulas. Pessoal, ela era uma coroa russa, de uns 2 metros e sem um braço, o que eu imagino que ela deva ter perdido na guerra fria matando americanos com seus próprios dentes. Até ai tudo certo, não tenho preconceitos e acredito que qualquer um merece uma chance e enfim. MAS, quando começamos a dançar juntos, além de ela não dançar nada, ela tinha um BAFO a MOFO e ESGOTO simplesmente insuportável, e ela dançava rindo porque óbvio né, estava lá faceira com seu gurizão. Fui a mais duas aulas, e o bafo a mofo só piorou, a ponto de me causas arcadas de vômito. Foi foda cara. Gente que quer dançar salão, mesmo se tiverem 2 metros e apenas um braço, fiquei cheirosos, seus pares agradecem. Mora da história, parei de fazer aula e agora procuro por outra.


3 - FRANCESA “TARADA”

Se um check-out do hostel for as 10:00 am, tenha certeza de que as 10:30 depois de 3 batidas na porta tu não estás peladão no meio quarto para entrar no banho hahaha. Deixa eu explicar, o chuveiro do quarto não tinha lugar para pendurar nada dentro da salinha onde ele ficava. Então era preciso se pelar fora da salinha e entrar depois  em um chuveiro muito interessante por sinal, no qual se aperta um dispositivo que faz a água jorras por uns 30 segundos antes de cessar, bom para o meio ambiente ou sei lá, conta de luz talvez. Enfim, lá estava eu atrasado e despido, quando a senhora francesa que ia limpar o quarto ‘’vazio’’ simplesmente entra. Eu estava na porta do banheiro quase e com um grito de ‘‘NOOOOOOOO” , pulei para dentro como um gato fugindo de um cachorro. Só me restou ficar escutando “DESOLÉ DÉSOLÉ’’ do lado de fora enquanto respirava fundo e ria sozinho.


2 - RICK SHAW

Nossa, sem comentários. Eu NUNCA mais reclamo de trabalhar em uma academia. Esse é simplesmente o PIOR emprego do mundo. Tá, não deve ser o pior, sempre tem alguém mais na merda que a gente né? Enfim, esse é o táxi pedalante da madrugada de bêbados. Basicamente, carrego bêbados em um carrinho bike para lá e para cá durante a madrugada. Bêbados que gritam, xingam e sabe-se deus lá mais o que. Umas Irish até já apertaram e elogiaram meu popô, e outras me pediram uma carona em trocar de mostrar as peitchólas (não aceitei) (MARINA NÃO GOSTOU E ME BRIGOU HAHAHA). Ai, tu tem que levar a bike pra garagem e voltar a pé, depois de horas de trabalho, porque para lucrar algo tu tens que trabalhar um zilhão de horas por dia e o lucro nem bom vai ser, fora o frio e a chuva. Ah, eu parei porque a bateria do negócio dura tão pouco que tu acaba carregando gente morro a cima no final da noite só na perna, depois de duas semanas meu joelho doía tanto que eu mandei o emprego pro saco. É muito pra mim. 


1 - QUEBRAR A CANELA

Virada do ano, ÊÊÊÊÊÊ, 10 segundos para meia noite, ÊÊÊÊÊÊÊ, vamos subir em um caminhão para ver os fogos, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRGHHHH, cai de canela, doeu muito, meu beijo da meia noite foi todo torto, meu deus. Em um segundo de 2014 me quebrei, é muita burrice. Cheguei em casa em 20 minutos, noite totalmente fail, ninguém merece isso. Até minha mãe teve um ataque de risos da minha cara via Skype, que fase. Pelo menos acabou tudo em risada no final da noite. Segue o baile. 



THE END

FOR NOW

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

TOP 10 FLAWLESS WINS

Retrospeccionando em clima Global o intercâmbio, minha mente perturbada chegou nestes 10 momentos incríveis e memoráveis da minha viagem. Alguns não podem ser mencionados devido as visualizações de pais e familiares hahahaha.

10- The Bro Code 
Teu amigo/flatmate te avacalha a vida inteira por causa do vício em uma série, ai em um Natal despretensioso e desfamiliado, com tendência a deprê, ele vai lá e te da a ultima coisa que tu esperava dele no mundo, ahahahaha ô vida.



9- Conquista da moradia 
Depois de quase 3 semanas caminhando por toda cidade, de se apavorar e de ver os lugares mais bisonhos possíveis, quando se está a um dia de terminar o prazo da acomodação, algo surge. E que alívio foi finalmente entrar no apartamento do qual vos escrevo neste momento com as minhas malas e dizer: “Lar doce lar”. Tudo bem, no primeiro dia eu tive que fazer torrada segurando ela com as mãos na boca do fogão porque não tinha nada, também pendurei as cuecas na haste da cortina porque não sabia usar a máquina, mas agora está completinho e esperando visitas.



8- ECM College 
Quem me conhece sabe que não sou aquele fã de sala de aula, mas no inicio foi realmente muito importante, as amizades que fiz lá me sustentam até hoje, sem falar das cabeçudas que chegaram comigo lá em junho e devem se identificar com algumas coisas desse texto. Mas enfim, ECM me ajudou a manter a cabeça no lugar e nossas idas a museus e parques durante o verão mantinham minha motivação alta.




7- A prisão
É importante conhecer a história dos lugares. Pra mim, estar em um lugar só por estar não é bacana. Kilmainham, prisão no passado, museu no presente, é uma pocket aula de história da Irlanda. E o mais legal é que é tudo tão recente que ela pode ser contada com detalhes minuciosos. Além disso, o lugar tem uma energia muito forte, é possível estar nas celas dos caras que lutaram pela independência da Republica da Irlanda, e hoje, nomeiam as principais ruas de Dublin, nas quais andamos diariamente. São descritos também, o que era feito com os prisioneiros, assim como, casos pessoais. O mais chocante foi um casamento que ocorreu no dia da execução do noivo.  Após o casamento, foram concedidos 10 minutos em uma cela para o casal. Um oficial britânico ficava do lado de fora da cela, avisando, minuto a minuto, quanto tempo lhes restava. Conhecimento, cultura e comoção.



6- Casa da Anne Frank 
Amsterdam é muito legal em tudo, cidade ótima que deixa difícil escolher algo específico, mas a casa da Anne Frank tem muita energia e só quem entra lá entende. Subir aquelas escadinhas miúdas nos faz pensar em muitas coisas nas nossas vidas.



5- Esporte 
O esporte continua me proporcionando as maiores alegrias. Além da estreia em quadras internacionais pelo Basquete, assistir Ibrahimovich ao vivo pelas eliminatórias da copa foi especial, até porque ele não estará na dita cuja.  O que o cara joga é uma piada e de bônus ainda vimos um gol do Keane pela nossa querida Irlanda. Outro momento grandioso foi a final da copa das confederações em um pub todo verde e amarelo que urrava num misto de saudade e nostalgia o seu hino nacional. Nesse dia ganhamos Brahma do dono. Por ultimo, a visita ao crocke park, o quarto maior estádio da Europa que abriga os principais jogos da Associação Gaélica de Esportes. Lá aprendemos tudo sobre os esportes nacionais (hurling e futebol gaélico) vistamos vestiários, entendemos as regras e até arriscamos umas jogadinhas. Parabéns a esses caras que jogam sempre pela cidade onde nasceram sem ganhar um centavo por isso. Amor ao esporte ainda existe.



4- O dia 20 de Julho
Um reencontro romântico com a minha amada Marina Barros, no aeroporto, com direito a surpresa, extravasando toda saudade em um abraço apertado e um beijo inesquecível, deixou tudo mais lindo aqui nessa terra de grama verde e céu cinzento. Se algo na minha vida chegou perto de algum filme, foi isso.



3- A chegada em Dublin
A sensação de chegar é sensacional, além do alívio de ter sobrevivido uma longa viagem, tu já é bombardeado com um mundo de coisas novas nos primeiros minutos. Os olhos não param um segundo de absorver tudo que há de novo. No caminho para a acomodação, o trânsito, as pessoas, os pubs e até as casinhas de tijolo a vista com portas coloridas te dão vontade de sair andando por tudo. Spire, Trinity College, St. Stephens Green, Grafton Street e a região de Temple Bar são os passeios obrigatórios. O primeiro fim de semana já nos enche de expectativas e nos atira na cultura, música, moda e língua. A chegada é inesquecível. 


2- A Torre Eiffel 
Quem nunca imaginou estar ao lado da torre mais famosa do mundo? Eu já. Mas meus pensamentos nunca chegariam aos pés da realidade. Descendo na estação “Trocadéro”, que é estação para se pegar uma vista de reta mais afastada, Marina e eu (totalmente sem referência) começamos a andar e nos perguntar para que lado estaria a Torre. Quando de repente, e não mais que de repente, a parede termina, o terreno se abre e os olhos de ambos, após uma guinada de pescoço a esquerda, finalmente vão de encontro ao seu objetivo maior em Paris. A surpresa foi tanta que palavrões foram esbravejados, e o momento se tornou especial devido justamente, a distração seguida de um choque absurdo. É muito bom quando a realidade supera a expectativa. 



1- Sozinho no Salgado Filho 
Lembro que arrumei as malas na madrugada da minha vinda. Lembro que Marina dormia na minha cama sob efeitos rivotriviais para amenizar a tristeza do dia que ainda nem dava as caras por entre as nuvens. Lembro que dei um beijo em cada irmão. Lembro de um bilhete: “Toma cuidado! Vou sentir saudades, desculpa por gritar demais. Te amo! Beijos da tua irmãzinha. 19/06/13’’. Lembro do mimoso, a última voltinha que dei nele, lembro da rodoviária, um “até logo” doído, um abraço, um eu te amo e as lágrimas dela que nem todo rivotril do mundo poderiam segurar. Lembro que apaguei no ônibus, eu e minha mãe encontramos o Bira, tic tac. Lembro do almoço, lembro da farmácia, minha mãe me deixa perto de área de embarque e parte. Ai me sento sozinho, coloco os fones, “Its a fluke”, só olho em frente, escuto o balburdio do lugar, penso: “agora estou sozinho mesmo, agora vai acontecer’’. Não lembro mais nada. 


Espero que tenham curtido, em breve um texto mais ''a minha cara'', outro top 10, mas dessa vez de fails, fiquem no aguardo.