quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Au revoir...


Ao continuarmos nos esbaldando em ''francesidades'', notem que não vou me ater aos detalhes turísticos, pois estes, podem ser desbravados com a vinda do leitor ou uma breve busca na rede. O foco deste texto são a pessoas, histórias e visões pessoais. 

DIA 3: O dia três começou como todos os dias deveriam começar: croissant, baguete, geléia e Versalhes! O lugar afastado de Paris é facílimo de se chegar, ainda mais quando se é espertinho e compra-se o ticket de metro mais barato (1,70 euros) utilizando-o ilegalmente na estação. Se a máquina nos deixou passar, qualquer problema apelaríamos para o famoso ''sou turista e só falo português''. E no trem uma grata surpresa, uma família formada por pai, mãe e filha, todos brasileiros, que nos acolheram até os portões de Versalhes com conversas divertidas, ar familiar e até guardaram lugar na fila para nós. E lembram que eu citei os portões um pouco mais a cima? não é qualquer portãozinho não.



Esse ai de cima, é o portão da rua, antes dele, é necessário comprar tickets para os jardins (o palácio é gratuito para estudantes da união européia). E na fila para adquirir os tais tickets, nós (família feliz inclusa), fomos surpreendidos com um ônibus dando ré, dois senhores descendo, estendendo uma faixa de proteção na entrada de um hotel, e exatamente na minha frente (sim, eu era o primeiro atrás da fita) começou a desembarcar o time do Monaco, que jogaria contra o PSG naquela noite (eu queria muito comprar ingresso, mas o preço era absurdamente absurdo). Enfim, foi tudo muito rápido, mas o Falcão Garcia passou a 30cm de mim e eu mandei um ''alô'' para o anãzinho parrudo e bom de bola. Sorte, é sempre bom contar com um pouquinho. Depois do ''lance'' (lance, futebol, piada...entenderam?), adentramos os portões e demos de cara com o palácio esplendoroso.


Sinceramente não achei nada demais lá dentro, mas deve ser por ainda estar sob efeito de outras coisas lindas em Paris, mas a conclusão que cheguei é que FRIO, o pessoal definitivamente não passava.


Agora a minha parte favorita, sendo um natureba de primeira linha, o verde sempre me atraiu mais que as criações humanas, mas os jardins de Versalhes conseguem juntar os dois em uma harmonia inexplicável. Ser inexplicável não é problema hoje em dia,  as fotos podem falar por nós.

Jardins Vistos de cima.

Papai passeando com seu bebê gordo

Marina andando a cavalo
É um ambiente de paz, sorvete e muitas possibilidades. Como os recursos financeiros não corroboram muito com a nossa estadia nos lugares, decidimos que iriamos escolher uma coisa divertida para fazer. Então depois de caminhar e apreciar as vistas, comer baguete e tomar sorvete, nossas opções se resumiam em 5:

- Bicicleta (já sabemos que com a Marina, é sempre uma aventura)
-Mini-carrinho (saudade de dirigir é fato)
-Ponêi (e porque não?)
-Remo (romântico)

E a escolha foi pular na água, e passar nossa meia horinha por 11 euros flutuando, remando, batendo em barcos alheios, tirando fotos e principalmente rindo. Bem, a Marina ria, enquanto eu suava esbaforido, após ter subestimado o tamanho do rio em forma de cruz, a ter usado toda a minha estamina para conseguir estacionar a tempo de não pagar por mais meia hora. Mas faz parte, na dúvida faça tudo que poder, entre histórias e estórias, fique com o ''HI''.



Trem de volta, dia cansativo, sente a frente da Torre, compre uma cerveja, espere o show de luzes, e lembre-se de tudo de novo quando estiver escrevendo no seu blog.





DIA 4: Quem disse que não se faz Paris em 3 dias estava equivocado, se faz, e se faz muito bem. Mas tínhamos o quarto dia ainda. Mesmo com mochilas pesadas saímos em busca de mais Paris. Mas antes, uma pequena anedota:
''Gabriel era um menino doce e inocente. Dormia um sono merecido quando foi brutalmente acordado, aos dizeres de que tinha de fazer o check-out. Meia hora estou descendo, clamou o pobre rapaz. E assim, começou a juntar seus trapos e preparar seu ultimo banho em terras francesas. Por motivos arquitetônicos, o banheiro possuía apenas chuveiro e nada mais, por isso, despir-se-ia o menino aos arredores do mesmo. Quando nu ele jazia, a camareira adentrou o quarto, enganada pelo atraso. Como um gato assustado ele pulou e gritou para dentro do banheiro, corado de vergonha. A camareira, pobre coitada, atirava ''Pardon e desólé'' para todos os lados. E assim, se sucedeu a trágica despedida, do que lugar que nos acolheu''. Como se já não bastasse o beliche.
Depois do causo, fomos a um restaurante típico, pequeno e inibido, do jeito que manda o manual. entrada, prato principal e sobremesa nos dão energia para o ultimo romantismo da semana, a ponte dos cadeados, que na mesma semana estava com sua estrutura em duvida devido ao numero de cadeados (ja vão ver o porque). Mas, como não temos nada que ver com isso, fomos colaborar com a destruição da ponte e a manutenção do nosso amor.





Depois disso, voltamos aos jardins de luxemburgo, tiramos aquela sonéca maravilhosa na grama com sombrinha, voltamos a beauvais (bivû kkk) e voamos de volta ao cinza de Dublin.

Ah, no dia 20 de setembro, uma familia de pai, mãe e três filhos pequenos, duas meninas e um menino se não me engano, estavam passando a nossa frente quando por coincidência exclamaram ''O DIA DO GAUCHO''. Imediatamente, por impulso repeti a frase erguendo o braço e complementando com um ''UHUL''. As crianças, de Santa Maria, deram risada assim como os pais e nós. E por isso, eu gostaria de terminar esse post dizendo que não importa ir no lugares badalados, ter dinheiro (ou não) ou qualquer coisa do tipo. Seja comendo um crepe, ouvindo um artista de rua ou simplesmente falando com alguém, o que fica são essas pequenas histórias, e que essas crianças cresçam e lembrem-se que a primeira vez que estiveram em Paris, havia um gauchinho engraçado, e que se perguntem o que eu estarei fazendo da vida, e que eu esteja fazendo o que estou tentando descrever: Aproveitando cada simplicidade que me é concedida, deixando todos os detalhes fazerem diferença. Au revoir.

Um comentário:

  1. Adorei esse post!!! Quando fui a Paris fazia um frio de -9º e o jardim do Palácio era coberto por neve e mais neve... Não aproveitei tanto como poderia se estivesse lá agora por exemplo, mas acredito que toda experiência é válida e ver o gelo rodeando Paris foi extremamente lindo!! Continuem curtindo os momentos porque passa muito rápido... Kisses!!!

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